Gagaku é a música cerimonial executada na corte, que foi introduzida no Japão a partir da China e da Coreia por volta do século V. Divide-se, grosso modo, em música instrumental (kangen) e bugaku (bugaku), que inclui danças. Há também o "Saibara", o "Imayo" e o "Roei", que se baseiam em canções folclóricas japonesas antigas e têm letra.
Em 894 (Kanpei 6), quando os enviados da Dinastia Tang foram abolidos, as importações de música do continente cessaram, mas a música e a dança da China e da península coreana fundiram-se com a música e a dança de épocas ainda mais antigas, resultando numa japonização da arte. No período Heian (794-1185), foi estabelecida uma forma rudimentar que se mantém até aos nossos dias.
O original remonta ao período Nara. Os instrumentos musicais desse período estão preservados no Shosoin em Nara, dando-nos uma ideia de mais de 1000 anos de história. Como sabem, o Shosoin alberga muitos outros objectos valiosos para além dos instrumentos musicais, alguns dos quais são mostrados ao público na Exposição Shosoin realizada no outono. Os instrumentos também podem ser vistos.
Como um aparte, uma vez tive uma conversa com um artista Gagaku que trouxe um instrumento antigo com ele, e quando lhe disse que parecia velho e valioso, ele disse, "Não é assim tão velho, é do período Muromachi", o que me fez pensar que o seu sentido de tempo ou história é diferente do das pessoas comuns. Mesmo no período Muromachi, é um instrumento suficientemente antigo, não é?
No Gagaku, os acompanhados por Tangaku (música chinesa) de origem chinesa são designados por "lado esquerdo" e os acompanhados por Koma Gaku (música coreana) de origem coreana são designados por "lado direito". O lado direito ou esquerdo distingue-se pelo traje. O lado esquerdo é vermelho e o lado direito é verde. Quando aparecem em palco, os dançarinos do lado esquerdo surgem do lado esquerdo da parte de trás do palco, enquanto os do lado direito surgem do lado direito da parte de trás do palco.
Como o Gagaku é música cerimonial, era frequentemente tocado em templos e santuários, bem como na corte, e três grandes grupos de executantes - a corte em Quioto, o Kofukuji em Nara e o Shitennoji em Osaka - ficaram conhecidos como os Sanpo-gakusho. Estes grupos preservaram a tradição durante os períodos Kamakura, Muromachi e Edo.
Na era Meiji (1868-1912), a família do Imperador mudou-se para Tóquio, e os músicos das três escolas de música também se mudaram para Tóquio e afiliaram-se ao Gabinete Gagaku da Agência da Casa Imperial (então Ministério da Casa Imperial). A música das três tradições foi então organizada no "Meiji-senjohu" (versão Meiji da partitura), e as diferentes peças musicais foram unificadas.
As peças incluídas no Meiji Seisen Teifu e executadas atualmente são conhecidas como "peças actuais" e incluem 103 peças de Tangak e 32 peças de Koryogak.
Os instrumentos musicais utilizados atualmente são o sho (sho), o hichiriki (hichiriki), o ryuteki (flauta de dragão), o koma-bue (flauta koma), o kagura-bue (flauta kagura), o chukan (tubo médio), o raku-daiko ou daiko (tambor grande), o shoko ou daigongzumi (tambor gongo), o kakko ou sanno-ko (cakko), o gak-biwa (instrumento musical), o raku koto ou wagon. Podem também ser utilizados outros instrumentos, como o cetro.
No Shōsō-in, existem outros instrumentos que eram usados no passado, e alguns deles foram restaurados atualmente. Entre os instrumentos restaurados estão a biwa de cinco cordas, o genkan, o hitsu, o kugo, o shō, o u, o oohichiriki, o hōkyō e o ken.
Hoje em dia, o Departamento de Gagaku do Ministério da Casa Imperial tornou-se o Departamento de Shikibu Shigaku da Agência da Casa Imperial, e o Gagaku do Departamento de Shikibu Shigaku da Agência da Casa Imperial é designado como um Importante Bem Cultural Imaterial e também como Património Cultural Imaterial da UNESCO. Os membros do Shikibu Shigakubu aprendem não só a execução do gagaku, mas também o lado direito ou esquerdo da dança, e são também responsáveis pela música ocidental executada em ligação com a Agência da Casa Imperial. No Gagaku, o responsável pela flauta de dragão é o responsável pela flauta, o responsável pelo Hichichiriki é o responsável pelo clarinete, e assim por diante.
Gagaku é música cerimonial, pelo que continua a ser tocada durante os eventos da corte. Na maioria das cerimónias, não há convidados, pelo que a música é tocada apenas para os deuses. Ouvi dizer a um antigo membro do departamento de música cerimonial da Agência da Casa Imperial que algumas cerimónias são realizadas durante toda a noite. As únicas pessoas que podem ouvi-la são as que trazem lenha para manter o fogo aceso, o que é um grande luxo.
Não havia muitas oportunidades para o público ouvir gagaku, mas o Teatro Nacional, inaugurado em 1966, acolhia anualmente espectáculos de gagaku, o que ajudou a popularizar o gagaku. Os espectáculos de gagaku são tão populares que o Grande Teatro (1610 lugares) está sempre cheio. Também se realizam espectáculos com instrumentos restaurados no Teatro Nacional. O Ono Gagakukai do Santuário Ono Terusaki e a Igreja Tenrikyo também têm uma longa história de espectáculos de Gagaku.
Além disso, o grupo de atuação gagaku Reigakusha, fundado em 1985 pelo falecido Sr. Sibasukeyasu Shiba, antigo membro do departamento de música cerimonial da Agência da Casa Imperial, com o objetivo de estudar a música de conjunto gagaku, organizou uma variedade de concertos gagaku, proporcionando muitas oportunidades para ouvir música gagaku.
O facto de Hideki Togi ter começado a aparecer na televisão com Hichiriki pode ter ajudado a popularizar o Gagaku para muitas pessoas. Caso se perguntem, Hideki Togi era membro do departamento de música cerimonial da Agência da Casa Imperial. Costumava tocar violoncelo quando tocava música ocidental.
O Teatro Nacional está atualmente encerrado para reconstrução, mas prevê-se que o calendário de construção sofra um atraso significativo devido a concursos públicos sem sucesso. A bem da investigação e apresentação do Gagaku, é desejável uma solução rápida. Uma vez que o Teatro Nacional do Japão realizará os seus eventos de acolhimento noutras salas enquanto estiver encerrado, os espectáculos Gagaku também serão realizados noutro local.
O público também tem a oportunidade de assistir a um concerto Gagaku no Palácio Imperial. Na primavera, os grupos culturais e as missões diplomáticas do Japão são convidados a assistir durante três dias, enquanto no outono, o Palácio Imperial organiza concertos Gagaku durante três dias, entre o final de outubro e o início de novembro, para aqueles que desejem assistir, através de publicidade nos jornais e na rádio. Aconselha-se a consulta frequente do sítio Web.
Quando estava a fazer um CD de Gagaku e a verificar as cabeças das peças, fiquei muito agradecido ao supervisor, o Sr. Sukeyasu Shiba. Em Gagaku, antes de começar uma peça de música, fazemos algo chamado "natori", que é uma espécie de afinação. É o mesmo que quando uma orquestra afina a nota Lá. O "ondori" soa como uma parte da peça, por isso uma vez ri-me e disse: "Não se pode fazer um teste introdutório com gagaku.
Tune, como eu disse, o Japão também tem nomes sonoros como Doremi. São eles: Ichikotsu, Dankin, Heijo, Shozetsu, Shimomu, Sosho, Fusho, Oshiki, Rankei, Banshiki, Shinsen e Kamimu. O Gagaku é tocado nestes tons. Se a peça estiver na tonalidade ichigoe, o 'ichigoe shi ondori' é tocado antes da peça. O ichi koshi é em Ré, a partir do qual o tom é elevado em um semitom.
O Gagaku tem 1300 anos de história e é uma belíssima peça de música da corte que nos transporta para um mundo diferente, pelo que espero que aproveitem a oportunidade para a ouvir e ver.
